quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Core Training

Trabalhando o Core Training em Academia.
 Material para trabalho
Espaço Físico
Fotos: Atividades realizadas no Esporte Clube Pelotas-RS.

CORE TRAINING
Método de treinamento funcional, o core training prepara a região central do corpo para executar com eficiência todos os tipos de movimento. Além de previnir lesões, melhora a eficiência no esporte.
Pernas fortes e rápidas. O objetivo de todo corredor pode não ser suficiente para melhorar tempos e aumentar distâncias. Há uma região do organismo que é pouco trabalhada nas práticas esportivas e que pode fazer toda a diferença. É o core, que abrange ab­­dome e lombar, pelve e quadril.
Do inglês, o termo quer dizer “nú­­cleo”. Trata-se do centro de gravidade do corpo humano e onde começam todos os movimentos. “É composta por 29 músculos que, quando fortalecidos, permitem ao indivíduo realizar a aceleração, a estabilização e a desaceleração do movimento de maneira mais eficiente”, explica o personal trainer e preparador físico com certificação em treinamento funcional Carlos Eduardo Gasperin.
“Se a pessoa tem as extremidades do corpo fortes, mas o core enfraquecido, o movimento vai ser ineficiente e mais propenso a lesões”, complementa.
O fortalecimento desse centro de força me­­lhora a execução de movimentos de rotina – como pegar objetos no solo ou no alto, movimentos de rotação e até mesmo a caminhada. Reduz a incidência de dores lombares e o risco de lesões. Em atletas, previne machucaduras, melhora a execução das técnicas e, consequentemente, o rendimento.
Por isso profissionais da Edu­­cação Física e Fisioterapia desenvolveram o core training, um conjunto de exercícios funcionais para o fortalecimento dessa região.
“É mais uma arma dentro do que já é trabalhando no desenvolvimento esportivo, diz Gas­­perin. A base dos movimentos é a ativação de capacidades biomotoras de estabilização, força e potência e trabalha a musculatura profunda, que poucos tipos de exercícios abdominais trabalham.
“Podem ser feitos em sessões específicas ou até mesmo como aquecimento do treinamento, já voltado para a exigência de cada modalidade. Na corrida, por exemplo, pode-se iniciar com exercícios de deslocamento lateral e frontal”, fala Gasperin.
Antes de cada movimento, o core training exige o posicionamento correto da coluna e a contração dos músculos da região. Quem já fez pilates e yoga vai perceber algumas semelhanças.
“O princípio é o mesmo. O que é core, o [Joseph] Pilates [criador do método] chamava de ‘body house’ [ou ‘poder do corpo’, em uma tradução aproximada]. Ambos os métodos trabalham a musculatura profunda”, explica o mestre em Educação Física pela USP criador do MET (Multifuncional Exercise Training), Mauro Guiselini.
A série de exercícios pode ser feita com ou sem equipamentos – como elásticos, o fit ball (a mesma utilizada em fisioterapia e em aulas de pilates) e o kettlebell (espécie de peso com uma alça, bastante tradicionais nos treinamentos de força e resistência na Rússia), desde que se respeite o estágio de preparo de cada indivíduo.
Os mais sedentários começam com exercícios na postura de prancha, para melhorarem a estabilização do movimento. Desenvolverão maior resistência e terão maior capacidade de sustentar uma postura por mais tempo.
Já pessoas com certo nível de treinamento e musculatura mais forte incluirão exercícios de força, com movimentos que provoquem desequilíbrio (retirar um pé do chão na postura de prancha, por exemplo).
No terceiro estágio, para atletas de rendimento, a potência será o elemento a ser desenvolvido. As atividades para acionar o core terão situações parecidas com as do esporte que pratica. “Um tenista tem de treinar os músculos do core par potência em pé e não só fazer abdominais deitado”, explica Guiselini.
No futebol
O core training tem ganhado espaço nos gramados brasileiros. Apesar de ainda estar longe de ser prática obrigatória nos clubes do futebol brasileiro, já tem mostrado bons resultados nos times em que começou a fazer parte da preparação física. No Sport, por exemplo, uma pesquisa da Universidade Federal do Recife relacionou o índice de lesões dos jogadores entre 2007 e 2008.
Publicado no final de 2009, o resultado do estudo indicou uma diminuição de 13,5% no índice de lesões entre os jogadores da temporada de 2008 – que fizeram core training – do que em relação ao grupo de 2008, que não teve o método incluso nos treinos físicos.


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